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Marginalizado
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Marginalizado

Sou um fantasma que assombra a sociedade,

larguei a escola posso terminar atrás das grades.

Sou viciado, muito louco, curto as fissuras,

 vivo por ai, to na noite, estou na rua.

Lá em casa minha mãe disse que não tenho jeito,

 fui pra rua com os moleques garantir respeito. 

Sem projetos mais assim que  eu vou viver,

sou de menor sujeito ao crime pode crê.

Curtindo altas doses, wisk e cerveja,

fumar alguma coisa ali atrás da igreja.

Sem respeito, dignidade e educação,

nunca tive assistência, aprendi com a vida uma lição.

Que os bonzinhos e os humildes aqui só sofrem

que não é bem visto uma vez você sendo pobre.

Aonde estudava preconceito era só o que tinha

moleque pano rasgado, piada para os coleguinhas.

Somando isso tudo logo cedo o resultado,

antes de fazer 14 um moleque revoltado.

 O sonho de se formar nem chegou a existir,

o que há de bom em mim aos poucos vão se consumir.

Meu futuro é inseguro, destruíram minha inocência,

na vida meu estudo, ensinaram com violência.

Agora um viciado estou de revolver na mão,

tudo contribuiu para no final eu ser ladrão.

 

Nunca tive computador, tablete ou celular,

nenhuma mordomia minha mãe não pode dar.

Até mesmo pra comida tinha pouco pra comprar,

para andar calçado o jeito era roubar.

No inicio era inocente queria ser diferente,

até pensei um tempo em um dia vira crente.

Tanta ingenuidade cabeça a mil por hora,

e quanto mais se passa o tempo a situação só piora.

E para piorar meu pai era agressivo,

chegava bêbado em casa, ta ai meu incentivo.

Batia em minha mãe, incontrolável muito louco,

puxava em seus cabelos e metia uma pá de soco.

 E eu crescia vendo aquilo, no meu peito vinha o mal.

Comecei a usar drogas e no back eu era o tal.

Na ilusão das drogas outra realidade,

tocava o terror pelas ruas da cidade.

Não respeito mais ninguém lei pra mim não tem,

a minha vocação é garantir notas de cem.

Nem a policia me dar jeito com a suas corsas,

e o Conselho tutelar me ignora vira as costas.

Vivo sou marginal, quando morto serei indigente,

me taxam de vagabundo, bandido delinquente.

A revolta em pessoa é o que eu sou de verdade,

poderia escolher outro caminho, mas a escolha foi à maldade.

 

***A nossa sociedade capitalista é um modelo doentio de se viver, onde a mordomia de alguns significa o extermínio de vários. Enquanto só olharmos a margem do problema, nada irá mudar. È necessário destruir a raiz o que gera tudo isso. Os ricos empresários são os verdadeiros delinquentes, os Políticos corruptos são os verdadeiros assassinos e ladrões. O menor infrator só puxa o gatilho, mas quem colocar armas e drogas nas ruas é o sistema.****

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