Assim como o som não se propaga no vácuo,
não há nada no silencio. É um espaço oco,
não tem nada haver com pensamentos, pois pensamentos dizem alguma coisa,
há voz no pensamento, se há voz, há palavras.
As palavras dos pensamentos produzem sons nas cabeças,
o que podemos dizer que há barulho nas mentes que nunca sessam,
até mesmo adormecidos, pois os sonhos produzem ações,
palavras e muitos sons.
O silencio é uma parede, uma blindagem, ou seja, proteção.
Mas proteção pra que?
Proteção para as palavras que não foram ditas,
para as palavras que habitam dentro dos pensamentos,
barulhos que soam na mente.
Está errado quem diz que quem cala consente.
O silencio não é resposta,
quem cala não diz nada, o nada é oco, é vago.
O silencio é um muro que só pode ser quebrado com palavras,
se nada foi dito o muro ainda está de pé.
Não existem muros transparentes,
o que faz com o que esteja do outro lado ainda seja desconhecido.
Quem cala não consente.
O silencio não aprova, não desaprova, não permiti ou proíbe.
O silêncio é blindagem que protege a resposta.
Não existe interpretação, algo que traduza,
como se existissem tipos de silêncio,
só existe um silencio simples e singular.
Matéria bruta, dura com rocha, fria com iceberg.
Gestos dizem alguma coisa, olhares falam muito,
por que os sinais produzidos pelos mesmos fazem você pensar e pensamentos produzem verbos.
E o que o silencio produz na mente além de uma interrogação?
Nunca tente descobri palavras no silencio,
é como querer gritar fora do planeta, é como querer acender fogo na ausência da química para combustão.
O silencio não significa nem sim, nem não,
quem fica em silencio não quer dizer nada,
não significa que ela aceitou, permitiu, positivou, consentiu.
Não quer responder, não quer falar do assunto, quer finalizar uma conversa,
quer guardar um segredo, não tem mais nada há dizer,
cria-se então o muro,
faz-se silencio.
Por David Jossen Rapjoteiro - O Careta Moderno
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